domingo, 25 de janeiro de 2009

É o início do fim da mutilação genital femina, é uma revolução cultural

Matéria publicada na BBC Brasil 7/12/2008.

Pelo menos 300 meninas no sul do Quênia fugiram de suas casas e buscaram refúgio em igrejas para tentar escapar de rituais de mutilação genital feminina, de acordo com a polícia queniana.
Fontes policiais da província de Nyanza disseram à BBC que meninas de até nove anos de idade estão refugiadas nas duas igrejas, que funcionam como centros de apoio às meninas na região. A mutilação genital feminina, ou circuncisão, é proibida no Quênia, mas continua sendo praticada em áreas rurais do país, onde é considerada um rito de passagem para a vida adulta. Os rituais acontecem geralmente entre novembro e dezembro.
Tradição
A polícia vem protegendo as duas igrejas para impedir que as garotas sejam removidas.
Segundo a integrante do governo local e ativista em defesa dos direitos das mulheres, Beatrice Robi, cerca de 200 meninas vêm sendo circuncidadas por dia, inclusive uma de sete anos de idade teve seus órgãos genitais mutilados.
"Um número ainda maior de garotas, que estão em suas casas, estão sendo mutiladas, seja voluntariamente ou à força", disse ela.

O administrador do distrito de Kuria, Paul Wanjama, disse que, geralmente, as meninas fogem de casa nesta época, esperando o fim da temporada.
"Alguns dos pais são contra (a mutilação) mas são pressionados pelos tradicionalistas", disse ele.

Números

Perda do prazer sexual, infecções urinárias, relações sexuais dolorosas e infertilidade estão entre as conseqüências da mutilação para a saúde das mulheres, sem contar uma série de problemas psicológicos, como ansiedade e depressão.
A prática é justificada como forma de promover a virgindade, a fertilidade e prevenir a promiscuidade feminina.
A cada ano, cerca de 2 milhões de mulheres são vítimas de algum tipo de mutilação genital em todo o mundo, a maioria na África.
Estima-se que cerca de 130 milhões de mulheres vivam com o clitóris e os lábios vaginais parcialmente ou totalmente removidos.

Homossexualidade na China

A homofobia também está na China. Mas, lá tem se desenvolvido programas de ajuda as comunidades de gays e lésbicas. O fato de um grupo social de trajetória "marginalizada" ter um espaço social de acolhimento e ajuda é fundamental para a conquista real de direitos. Fica pendente algo não menos importante que é saber que concepções e valores são nesses projetos praticados e divulgados. Nesse caso o conteúdo é tudo, pois é por ele que se constrói um modelo de sociedade (livre, discriminatória, igualitária, etc).
O comércio é transnacional e internacional. O valor supremo é o lucro que conquista a moeda que satisfaz os desejos. Sendo assim, é de se supor que a homofobia desaparece. De fato, empresas chinesas produzem as bonecas travestis para serem vendidas na Rússia. Elas têm longas madeixas loiras e pênis.
São duas experiências para a gente pensar e aprofuntar os conhecimentos. E, assim, termos menos preconceitos. Eu diria que as culturas perconceituosas modificam-se a medida que se aprofundam os conhecimentos plurais sobre os fenômenos.

Olhar nos olhos torna pessoa mais atraente, diz estudo

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071107_amorestudoml.shtml

Festival para transexuais na Índia

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/04/080423_indiatrans_video_aw.shtml

Enfaixar o corpo dos recém-nascidos






Proporcionar alimentação suficiente às crianças era o problema geral para os pais entre os "estratos inferiores" até o século XIX. Mantê-las aquecidas era mais um desafio. Durante mais ou menos o primeiro mês de suas vidas, na Europa e nos Estados Unidos, as crianças eram amarradas firmemente com faixas de tecido sobre suas roupas, sendo que as técnicas utilizadas variavam segundo a região. Na Itália, o costume era amarrá-las de forma justa, como uma múmia egípcia, ao passo que, na França, Alemanha e Inglaterra, as mães simplesmente passavam a faixa duas ou três vezes em torno do corpo. Em toda parte, os bebês eram amarrados com os braços presos próximos à lateral do corpo e as pernas estendidas juntas, com suporte adicional para manter a cabeça firme. Em uma etapa posterior, braços e cabeça eram deixados livres até que, após alguns meses, estivessem prontos para um casaquinho usado por meninos e meninas. A opinião médica foi aos poucos se tornando hostil à prática de enfaixar as crianças durante os séculos XVII e XVIII. Os críticos afirmavam que a prática restringia a liberdade dos membros jovens, arriscava impedir a respiração da criança e a deixava enrolada em suas próprias urina e fezes por longos períodos. Considerava também que pendurar uma criança enfaixada em um gancho por longos períodos era o máximo de negligência. Rosseau, por exemplo, foi severo: em Emílio (1762), ele afirmou que: "os lugares em que se enfaixam as crianças estão cheios de corcundas, de mancos, de cambaios, de raquíticos, de pessoas deformadas de todo o tipo". Mesmo assim os observadores tendiam a reconhecer que, além de manter as crianças aquecidas, essas faixas tornavam carregá-las mais fácil, e ajudavam a protegê-las de mordidas de animais domésticos, especialmente os porcos. Os camponeses acreditavam que essas tiras, junto com berços estreitos, ajudavam a criança a desenvolver ossos fortes e uma postura ereta. Eles também consideravam que isso ajudava a distinguir a criança de um animal, impedindo-a de andar de quatro patas. Enfaixar as crianças era uma tarefa complexa e demorada, especialmente se realizada três, quatro ou mesmo sete vezes por dia, depois de amamentá-la, mas também, talvez, satisfatória. A parteira Jane Sharp aconselhava, em 1671, que se deveria tratar as crianças "de forma muito suave, lavar o corpo com vinho morno e, quando estivesse seca, enrolá-la com panos macios e deitá-la no berço". O costume desapareceu gradualmente no século XVIII, sob a crítica da opinião educada, embora tenha se arrastado até o século XX em regiões remotas.

Pierre-Jakez Hélias registrou que, na Bretanha, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, passava várias horas sozinho todos os dias, envolto em faixas apertadas em seu berço com grades, enquanto seus pais e seu avô estavam fora trabalhando.

Os pais não estavam particularmente preocupados com a limpeza durante grande parte do passado, assim como os médicos, até o século XVIII. Autores medievais recomendavam banhos freqüentes, mas é de se duvidar que seu conselho fosse seguido muito além de um círculo restrito de moradores abastados das cidades. A sujeira, na verdade, cumpria papel protetor simbólico na crença popular. As mães acreditavam que era melhor secar as fraldas do que lavá-las, em função dos poderes curativos da urina. Pensavam também que uma camada de sujeira sobre a cabeça preservava a moleira. No Haut-Vivarais, para tomar apenas um exemplo entre muitos, as pessoas acreditavam que lavar a cabeça de uma criança a tornaria simplória; e que cortar as unhas e o cabelo antes de um ano e um dia de idade faria com que ela se tornasse, respectivamente, muda e ladra. Elas também não tinham pressa alguma de começara a ensinar o uso do banheiro. Mais uma vez, não importa o quanto tais crenças e práticas parecessem bizarras a partir de uma perspectiva atual, elas demonstram um esforço permanente para aprimorar a saúde e a felicidade da criança, antes de indicar negligência dos pais.

HEYWOOD, Colin. Uma História da Infância.

A história da calcinha. Direção De Gordeeff.

http://portacurtas.com.br/busca.asp?


A história da Calcinha conta com irreverência e humor as formas e usos desta peça íntima e tão glamourizada nesta contemporaneidade.